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segunda-feira, 26 de março de 2012

TECNOLOGIA ASSISTIVA

                  

Porque o termo Tecnologia Assistiva?
 Um texto de Romeu Kazumi Sassaki, escrito em 1996:
ASSISTIVE TECHNOLOGY
Lendo artigos sobre equipamentos, aparelhos, adaptações e dispositivos técnicos para pessoas com deficiências, publicados em inglês, ou vendo vídeos sobre este assunto produzidos em inglês, encontramos cada vez mais freqüentemente o termoassistive technology. 
No contexto de uma publicação ou de um vídeo, é fácil entender o que esse termo significa. Seria a tecnologia destinada a dar suporte (mecânico, elétrico, eletrônico, computadorizado etc.) a pessoas com deficiência física, visual, auditiva, mental ou múltipla. Esses suportes, então, podem ser uma cadeira de rodas de todos os tipos, uma prótese, uma órtese, uma série infindável de adaptações, aparelhos e equipamentos nas mais diversas áreas de necessidade pessoal (comunicação, alimentação, mobilidade, transporte, educação, lazer, esporte, trabalho e outras). No CD-ROM intitulado Abledata, já estão catalogados cerca de 19.000 produtos tecnológicos à disposição de pessoas com deficiência e esse número cresce a cada ano.
Mas como traduzir assistive technology para o português? Proponho que esse termo seja traduzido como tecnologia assistiva pelas seguintes razões:
Em primeiro lugar, a palavra assistiva não existe, ainda, nos dicionários da língua portuguesa. Mas também a palavra assistive não existe nos dicionários da língua inglesa. Tanto em português como em inglês, trata-se de uma palavra que vai surgindo aos poucos no universo vocabular técnico e/ou popular. É, pois, um fenômeno rotineiro nas línguas vivas.
Assistiva (que significa alguma coisa "que assiste, ajuda, auxilia") segue a mesma formação das palavras com o sufixo "tiva", já incorporadas ao léxico português. Apresento algumas dessas palavras e seus respectivos vocábulos na língua inglesa (onde eles também já estão incorporados). Foram escolhidas palavras que se iniciam com a letra a, só para servirem como exemplos.
associativa - associative
adotiva - adoptive
adutiva - adductive
afetiva - affective
acusativa - accusative
adjetiva - adjective
aquisitiva - aquisitive
agregativa - aggregative
ativa - active
assertiva - assertive
adaptativa - adaptive
aplicativa - applicative
Nestes tempos em que o movimento de vida independente vem crescendo rapidamente em todas as partes do mundo, o tema tecnologia assistiva insere-se obrigatoriamente nas conversas, nos debates e na literatura. Urge, portanto, que haja uma certa uniformidade na terminologia adotada, por exemplo com referência à confecção/fabricação de ajudas técnicas e à prestação de serviços de intervenção tecnológica junto a pessoas com deficiência.

Objetivos da Tecnologia Assistiva
Proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade.

Achei este conteúdo muito bom e resolvi compartilhar, foi postado por http://educacaoespecialviana.blogspot.com.br/

Emparelhamento ou Pareamento

 Pareamento é juntar em par, combinar objetos ou figuras iguais.
O primeiro pareamento objeto x objeto ; objeto x figura.
 
 
 
 
 
 
 
 depois figura x figura 
 
                                                                     figura x nome 
                                                                                          e nome x nome

 

O Aprendendo estabelecer relações

O primeiro passo para possibilitar o estabelecimento de relações, deve ser dado o mais cedo possível, é o aprendizado das comparações

 O passo inicial no processo de comparação é o aprendizado do conceito IGUAL e das variadas formas diferentes (objetos,cores, formas, tamanhos,letras e números)

 O ensino do conceito  IGUAL inicia-se pelo os professores que chamam de "emparelhamento" ou "pareamento". É o ato de identificar objetos ou figuras iguais na sua totalidade ou parcialmente.  Inicia-se pareamento por objetos concretos para depois figuras.

Por Jhoana Cordeiro Melo Franco

Habilidades de Número no desenvolvimento das crianças com síndrome de Down

Em homenagem a semana do DOWN vamos postar materiais e atividades pedagógicas .
As crianças começam a aprender os primeiros passos em número através dos conceitos de forma, quantidade e tamanho.

Embora a contagem dos números é uma tarefa complexa, as crianças começam a aprender desde cedo.  

No entanto, a aprendizagem para contar não será necessariamente ensinar as crianças a compreender a natureza do sistema de número. Não há quaisquer atividades adicionais que podem ser usados ​​para ajudar a alcançar este objetivo.

Na escola, a matematica, é aprender a contar, para entender o sistema de números, cálculos com números e os conceitos básicos  tamanho, forma, quantidade, tempo, dinheiro e medição.

Memória visual é importante para o aprendizado e pode ser usado para apoiar todos os aspectos do sistema de numeração.

O material da foto chama Numicon ( utilizado para aprendizado de números) das crianças com síndrome de Down, autismo, dislexia, discalculia, dispraxia, X Frágil, Síndrome de Prader-Willi  

http://www.numicon.co.nz/Parents.html 

Por Johanna Cordeiro Melo Franco


Dia Internacional da sindrome Down

Dia Internacional da Sindrome Down - 21 de Março
                           AMIGOS NÃO CONTAM CROMOSSOMOS 

QUARTA-FEIRA, 7 DE MARÇO DE 2012

Dicas de Atividades de Habilidades Visuais para crianças com Autismo parte 1

Cada atividade é organizada e estruturada visualmente para maior clareza 

                         Pareamento de Cores Primárias (vermelho, verde e amarelo)

                                                             Pareamento de Cores 

                                                                   Pareamento Cores



                                                 Pareamento de formas geométricas

                                                              Pareamento de figuras  


                                                            Discriminação Visual 

                                                  Discriminação Visual e Sequência

Equipe de Educação Especial de Viana  

Carla Freire, Desirée, Diuzelena e Dirlan

Um olhar sobre o Autismo


Autismo Infantil: Práticas educativas na escola e na família
Por Eugênio Cunha


CONHECENDO O AUTISMO

O autismo tem demandado estudos e indagações, permanecendo ainda desconhecido de grande parte dos educadores. O termo autismo é proveniente da observação de um conjunto de comportamentos agrupados numa tríade principal: comprometimentos qualitativos na comunicação, dificuldades na interação social e atividades restrito-repetitivas.

Leo Kanner publicou as primeiras pesquisas relacionadas ao autismo em 1943. Hans Asperger, em 1944, desenvolveu uma tese expondo um conjunto de sinais semelhantes aos descritos por Kanner em crianças na idade de três anos. Identificou semelhanças em vários pontos entre os dois quadros, mas ressaltou que as crianças descritas em seu estudo apresentavam uma inteligência superior e aptidão para a lógica e abstração, apesar de interesses excêntricos. O Transtorno de Asperger, considerado por muitos como autismo de alto funcionamento, é freqüentemente retratado em filme, como o caso de Kim Peek.

O autismo pode aparecer nos primeiros anos de vida ou durante o período do desenvolvimento da criança. Normalmente, as características se tornam aparentes por volta da idade de três anos. Alguns números relatam que a taxa média de prevalência do Transtorno Autista é de cerca de 15 casos por 10 mil indivíduos, sendo mais comum entre os meninos.

Durante muitos anos, a leitura psicanalítica enfatizou o papel da função materna e paterna no aparecimento do autismo. Hoje, sabe-se que o autismo é um transtorno invasivo, e as pesquisas científicas creditam o comprometimento a alterações biológicas, hereditárias ou não. É um conjunto de sintomas, onde a capacidade para pensamentos abstratos, jogos imaginativos e simbolização fica severamente prejudicada. A criança cria formas próprias de relacionamento com o mundo exterior. Não interage normalmente com as pessoas, inclusive com os pais, e nem manuseia objetos adequadamente, gerando problemas na cognição, com reflexos na fala, na escrita e em outras áreas.

A observação é extremamente relevante na avaliação do grau de autismo. Na escola, deve-se utilizar o afeto e atentar para os estímulos peculiares do autista para conduzi-lo ao aprendizado, porque na educação quem mostra o caminho é quem aprende e não quem ensina.

Ainda que o espectro demande cuidados por toda a vida, o derrotismo é o maior inimigo da criança. É fundamental que a concepção na educação não seja centrada apenas na patologia, mas principalmente no indivíduo. O processo educacional limitado à concepção do déficit pode tornar a prática pedagógica restritiva, mas apoiada nas necessidades do aprendente e no amor do educador gera autonomia.

UM CURRÍCULO COM ATIVIDADES FUNCIONAIS

Uma criança típica aprende por meio de brincadeiras, com os pais, com os colegas e professores na escola. Faz amizades e adquire habilidades motoras e cognitivas. Simplesmente vivendo ela aprende. As impressões na criança penetram em sua mente pelos seus sentidos e a formam. Para uma criança autista as coisas não são bem assim. Há uma relação diferente entre o cérebro e os sentidos e as informações nem sempre geram conhecimento.

Os objetos não exercem atração em razão da sua função, mas em razão do estímulo que promovem. Assim, uma tesoura passa a ser apenas um objeto de contato sensorial, perdendo qualquer outra função. A criança típica aprende que um lápis chama-se lápis, podendo ela desenhar com ele ou também simbolizar um aviãozinho, mas a criança autista tem dificuldade para reconhecer sua utilidade, simbolizar, nomear e, por isso, passa a ter prejuízos na linguagem.

O autista precisa aprender a função de cada objeto e o seu manuseio adequado. Quando ele vê uma bola, por exemplo, não deseja chutá-la ou jogá-la com a mão, como todos normalmente aprendem, mas cria formas insólitas de manuseio. As estereotipias causam atraso no desenvolvimento psicomotor. Diante disso, tudo passa a ter valor pedagógico: os usos, as habilidades e as atividades mais elementares da vida.

A criança com autismo é especialmente atraída por objetos que giram e balançam. O professor ou professora deve aproveitar o próprio fascínio que os objetos exercem e ensiná-la o uso correto. Não deve permitir que permaneça absorta em seus movimentos repetitivos. Para isso, vai necessitar de muita paciência e não esperar resultados imediatos. O grande foco na educação deve estar no processo de aprendizagem e não nos resultados, porque nem sempre eles virão de maneira rápida e como esperamos.

A educação na escola deve ser vivenciada na sala de recursos e na sala comum com os demais alunos. Normalmente, a concentração para atividades pedagógicas é muito pequena. Mas ainda que seja exíguo o momento que a criança permanece concentrada, ele deve ser repetido dia após dia, de maneira lúdica e agradável, para não haver enfado e irritabilidade. Ela precisa receber uma educação individualizada, com ênfase na mudança de alguns comportamentos e aprendizado de outros.

É normal a criança sentir-se desconfortável e intimidada em um ambiente novo. É normal buscar apoio nas coisas ou movimentos que lhe atraem. É normal a birra quando alguém a contraria. É normal o medo e a raiva ganharem proporções traumáticas. O professor tem que aprender a lidar com a realidade do mundo autista. Nessa relação, quem aprende primeiro é o professor e quem vai ensinar-lhe é a criança.

Muito raramente o autista irá interagir pelo olhar. Para receber o seu olhar, o professor precisa fisicamente abaixar-se até ele e olhá-lo nos olhos, ficando na sua estatura. Isto é muito significativo, porque é preciso atrair para educar. A figura masculina no ensino do menino autista é muito importante, porque a imitação e o condicionamento são mais enfatizados, o que torna a educação realizada por um homem extremamente relevante. Isto não obscurece, todavia, a importância da mulher, ao contrário, ratifica que as diferenças devem ser somadas. A mulher sempre nos faz lembrar o amor.

Para o aluno com autismo, o que mais importa é a aquisição de habilidades sociais e a autonomia. Para que a criança não se torne um adulto incapaz de realizar tarefas simples do dia-a-dia, ela precisa aprender atividades que a tornará mais independente durante seu crescimento. Essas atividades são escolhidas em razão da sua utilidade. Escovar os dentes ou vestir-se é necessário aprender. Entretanto, podem existir atividades ou habilidades específicas que poderiam ser treinadas, fazendo parte de um currículo funcional e prático.

Um currículo funcional para a vida prática compreende tarefas que podem ser administradas, em perfeita sintonia, em casa e na escola, mediante as etapas que devem ser alcançadas. Cada etapa superada demanda um novo desafio. Lista-se uma série de afazeres cotidianos que precisam ser realizados. O que é mais importante aprender naquele momento deverá ser priorizado. Inicialmente, alguns de maior facilidade até o pleno domínio. Posteriormente, acrescenta-se uma nova tarefa. Ainda que a criança não aprenda perfeitamente o que se busca ensinar, ela estará trabalhando sempre a interação, a comunicação, a cognição e os movimentos. Poderá haver mais erros do que conquistas, mas o trabalho jamais será em vão.

A fala do professor precisa ser serena, explícita e sem pressa. Ele deve sempre utilizar comandos de voz, nomeando os objetos e as atividades. É relevante que os comandos tenham alguma função. Por exemplo: se o aluno subir na cadeira, poderá não ter sentido para ele o professor dizer “não faça isso!”, porque nem sempre saberá o que fazer ao ouvir o “não”. O certo é dar-lhe um objetivo, dizendo: “Coloque os pés no chão!”.

Para a construção de um currículo na escola é necessário verificar quais habilidades necessitam ser conquistadas. O primeiro passo do professor deverá ser o de desenvolver a capacidade de concentração na criança, pois o que mais impede o seu aprendizado é ausência de atenção ao comando. É claro que os estágios de aprendizagem de qualquer aluno não obedecem a regras fixas e, principalmente na realidade do autismo, o professor deverá contar com sua sensibilidade para conduzir todo o processo.

Brinquedos pedagógicos ou materiais sensoriais adquirem grande importância em todo o processo de aquisição de saber. Um exemplo são os materiais montessorianos de encaixes geométricos, que são articulados em ordem de tamanho, espessura e peso, utilizados em escolas do ensino comum, mas que podem ser manipulados por qualquer aluno. Geralmente a criança autista obedece aos seus próprios esquemas mentais ao realizar os encaixes, porém, devido ao manuseio das peças que estimulam também a função cognitiva, aos poucos ela aprende a encaixá-los obedecendo à espessura, tamanho e peso. O bom material leva o aprendiz a exibir comportamentos e habilidades que vão variando até atingir formas mais refinadas.

Estudos que buscam tratamentos biológicos para o autismo ressaltam a importância de uma dieta alimentar para evitar a incidência de convulsões e melhorar o desempenho nas atividades. Revelam danos potenciais causados por metais pesados, como o mercúrio, e alimentos que contêm caseína, glúten e açúcar. A alergia alimentar e outros alergênicos podem alterar acentuadamente o comportamento, prejudicando o aprendizado.

Determinantes externos não formam um fator de origem do autismo, mas eles podem reforçar os sintomas. O ambiente modela a vida do indivíduo, é uma fonte de estímulos e de aprendizagens. Por isso, a reeducação comportamental do autista tem um papel primordial, mas todo sucesso depende da preparação do professor e da articulação entre escola e família, além do afeto e do amor, imprescindíveis na educação.